“Chegamos , portanto, ao paradoxo de que, nessa conjuntura em que a
posição do sujeito se tornou insustentável, a unica posição possível é a do
objeto.A unica estratégia possível é a do objeto. (....)O objeto é aquilo que
desapareceu no horizonte do sujeito e é
do fundo desse desaparecimento que ele envolve o sujeito em sua estratégia
fatal. É então o sujeito que desaparece no horizonte do objeto.
Isso é verdade para o objeto sexual, poderoso por sua ausencia de
desejo, isso é verdade para as massas, poderosas por seu silencio.
O desejo não existe, o unico desejo é ser o destino do outro,tornar-se
para ele o acontecimento que excede qualquer subjetividade possível, que
absolve o sujeito de seus fins, de sua presença e de toda a responsabilidade quanto a ele mesmo
e ao mundo, numa paixão enfim
definitivamente objetiva.
A possibilidade, a vontade do
sujeito de se situar no centro transcendental do mundo e se imaginar como
causalidade universal, sob o signo de uma lei que ele continua dominando, essa
vontade não impede o sujeito de invocar o objeto em segredo como amuleto, como
talismã, como figura de inversão da causalidade, como local de uma violenta
hemorragia de subjetividade.”Por tráz da subjetividade das aparências existe sempre uma objetividade oculta.”
Todo o destino do sujeito passa pelo objeto.A ironia substitui a
causalidade universal pelo poder fatal de um objeto singular.”