segunda-feira, 26 de março de 2018

A AVENTURA DOS EMBRIAGADOS


A aventura dos embriagados é mais colorida, intensa e sentimental do que a rotina dos sóbrios. Considera demasiadamente as pessoas e coisas do seu momentâneo convívio. Acorda a fome de prazer, inspira o deleite, exige movimento e comunicação.

Mas a euforia etílica sempre caminha tropica a margem de desesperos. O que torna a aventura dos embriagados  a nostalgia de sonhos despedaçados contra os rochedos da realidade ordinária, uma espécie de delírio onírico.

quarta-feira, 21 de março de 2018

PALAVRAS REBELDES



Palavras revoltadas quase rasgam a folha.
Querem riscar opiniões, religiões e convicções,
Buscar a leveza de versos livres,
Sem retóricas ou conclusões.

Afinal,
o peso das verdades não valem uma piada bem contada.
Todas as palavras de ordem foram esquecidas
No fundo de um copo de cerveja.

terça-feira, 20 de março de 2018

SÍNDROME DE PÂNICO E SOCIEDADE


Os dias não são perfeitos. Mas procuro preencher seus vazios e impasses com pequenas idiotices. As frivolidades são a essência do dia a dia. Sem elas é sempre mais difícil seguir em frente. Pode-se mesmo dizer que a reprodução de rotinas ou do enfadonho do cotidiano pressupõe uma boa dose de idiotice, de pequenas irracionalidades.

O pânico pode ser considerado uma captura pelos caprichos da imaginação, um rapto da consciência pela irracionalidade do medo. Mas a relação entre consciência e medo estabelecida em uma síndrome de pânico leva ao paradoxo do medo do próprio medo.

Observa-se, ainda, tratar-se de uma modalidade de medo que poderíamos classificar como uma fobia social, pois é expressão de uma desfunionalidade na relação entre indivíduo e sociedade. Nem mesmo os psicólogos profissionais possuem todas as respostas para esta vivencia psicológica que põem em xeque a própria cultura urbana ocidental. Afinal, somos cotidianamente expostos a uma realidade social marcada pela experiência do conflito, de uma tensão desfocada que nos arrebata em todos os planos da experiência vivida.  O pânico é aquilo que coletivamente estamos nos tornando como sociedade.   

PEQUENAS IDIOTICES


Os dias não são perfeitos. Mas procuro preencher seus vazios e impasses com pequenas idiotices. As frivolidades são a essência do dia a dia. Sem elas é sempre mais difícil seguir em frente. Pode-se mesmo dizer que a reprodução de rotinas ou do enfadonho do cotidiano pressupõe uma boa dose de idiotice, de pequenas irracionalidades.

terça-feira, 13 de março de 2018

É SEMPRE MOTIVO


É sempre um dia depois do outro.
Sempre o mesmo tédio,
Aquele viver mais ou menos,
Aquele pouco sentido
E vazio nas coisas.

É sempre  um motivo
Para mais uma noite no bar
E para um dia seguinte absurdo.


segunda-feira, 12 de março de 2018

A NECESSIDADE DA EMBRIAGUEZ


As melhores ressacas são aquelas que nos fazem sentir vergonha de quem somos. O mal estar físico gera deslocamentos existenciais, inventa estranhamentos e questionamentos corrosivos. 

Superada a euforia da embriaguez nos resta à exaustão; a reinserção nas rotinas enfadonhas que nos definem a existência. A vida é na maior parte do tempo um fluxo de acontecimentos banais, uma seara de tédio. Por isso a embriaguez nos é tão necessária. Precisamos do "algo mais do que  a realidade" oferecido por estados alterados de consciência.


sexta-feira, 9 de março de 2018

NO RASO PROFUNDO DE UMA NOITE QUALQUER


Afogado no raso de uma noite qualquer contemplei meu silencio. Ele era tão rico em seu movimento que quase me dizia o fluxo do infinito. Soube a intuição de tudo aquilo que não cabe em mim. Adivinhei o nada da minha existência e soube mais sobre as significantes e significados que me definiam.

Absolutamente nada aconteceu naquela noite onde eu vivi tudo....

POEMA PLATÔNICO EXISTENCIAL


Não sou a melhor versão de mim mesmo.
Alias, nunca alcançarei a perfeita ideia
De mim .

Sou uma cópia imperfeita de uma ideia
Que se inventou em um espelho.

Tento inutilmente lembrar quem sou....

terça-feira, 6 de março de 2018

ENTRE O PENSAR E O DIZER


Busco um dizer que não me faça morno e cotidiano,
Que quebre velhos hábitos de pensamento e linguagem;
Um dizer que me faça embriagado,
Que me questione,
Onde eu me invente como um outro,
Onde as palavras não façam sentido
E eu possa saber o som da minha própria voz interior.