sexta-feira, 31 de julho de 2015

ALEGRIA

A alegria transbordava no copo
Sem me ensinar felicidades.
Eu apenas sorria,
Sonhava distopias
Com um riso na garganta.
Meu corpo dizia pensamentos,
Imaginava realidades

Que nunca foram sonhadas.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

ROTINA

Era hora de me perder nas ruas,
Seguir falsos destinos,
E me estragar na rotina.
Era hora de não ser eu mesmo,
De vestir uniforme
E fazer de conta
Que a sociedade funcionava.

Era hora de engolir poemas,
Evitar o álcool
E me contentar apenas
Com um pouco de cigarro

E tédio.

domingo, 26 de julho de 2015

DECADÊNCIA

Quero para mim aquela mesa  no canto mais escuro do bar.
Aquele lugar triste de onde posso ficar em silêncio observando todo mundo acontecendo.

Como é ridículo o mais banal comportamento humano. E as pessoas não se dão conta de sua cotidiana mediocridade, do vazio dos seus atos, da rudeza de seus gestos e vazios de seus pensamentos.

Entre um gole e outro vou conversando com um cigarro sobre a trágica comedia humana, sobre estes destinos desencontrados que se acotovelam pela vida.


Mas é preciso estar totalmente sozinho e a deriva para se dar conta da estupidez do mundo e seus artificialismos de sociedade.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

MADRUGADA E VERTIGEM


EU NÃO SEI MEIO TERMO ENTRE O EU E O MUNDO, SOU O INSTANTE DE UM RELÂMPAGO OU A MELANCOLIA DE UM CÉU NOTURNO SEM LUA E ESTRELAS ABRAÇADO PELA IMENSIDÃO DA NOITE....

MEU CONSOLO É UM CIGARRO E UM COPO, ENQUANTO A VIDA PASSA SEM  FANTASIAS E AS HORAS ME DISPERTAM PROFUNDAS VERTIGENS.

SOBRE A INSANIDADE COTIDIANA E A FALTA DE SENTIDO DA VIDA

Acordar todos os dias sozinho e a deriva, de algum modo, fortalece nosso instinto de sobrevivência e nos faz mais aptos a sobreviver a angustia gratuita de estar vivo. Não estou dizendo que isso nos torna melhores ou felizes. Apenas nos ajuda a suportar as coisas  tal como uma  boa dose de uísque nas horas mais difíceis ou a companhia de um cigarro no fundo da madrugada.


Trata-se aqui da simples capacidade de se manter de pé em meio ao delírio cotidiano onde  tudo é aleatório. Diante do atual estado das coisas, aliais, chega a ser surpreendente que algumas pessoas ainda conseguem acreditar que somos marionetes de alguma providencia divina que mantem as coisas nos trilhos.  Atualmente a  fé não passa de um  claro sintoma de mansa insanidade.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

NA CONTRA MÃO

Nada me surpreende mais do que a capacidade humana de  realizar o ridículo e o patético.
As vezes a vida me parece mais absurda do que deveria ser. Por isso não me levo a sério. Não levo ninguém a serio. Busco em uma garrafa de vodka a virtude dos desajustados, o nonsense como arma contra as certezas desta maldita “boa sociedade”.
Não quero estar certo ou errado sobre nada. Não quero respostas dos outros a perguntas que nunca lhes dirigi.   Estou entre os mais francos adversários das boas intenções e certezas de humanidade.

Tudo que preciso  é de cigarros e uma garrafa.

MACONHA E SOLITUDE

Fumava meu baseado
Enquanto a tarde acabava
Em um vazio de céu nublado.

Diante de mim  uma paisagem
De vidro  e cimento
Se desfazia em rotinas.

Já não via pessoas
E nem sabia do mundo.
Tudo que me importava

Era a fumaça do meu baseado. 

terça-feira, 21 de julho de 2015

MADRUGADA AZUL

A  madrugada estava longe do fim. Mas aquele era meu último cigarro. Naturalmente, demorei muito para acendê-lo. Como se nele residisse toda a minha vontade de viver.

Definitivamente, tudo era tão efêmero, que  a busca por qualquer prazer já não fazia o menor sentido.

Era difícil lidar com isso. Principalmente naquelas horas mortas de dia  nas quais a solidão tornava tudo demasiadamente desagradável.

Parecia que não haveria  um dia seguinte.


Só me restava permanecer ali; caído entre meus próprios cacos....

sexta-feira, 10 de julho de 2015

MAU CAMINHO

Tenho vivido de drogas,
Desencantos e poesia.
Tenho me embriagado
Com o disforme de mil silêncios
Para suportar minha agonia.
As vezes me traio em um sorriso,
Dou um beijo na agonia
E abraço o horizonte
Que me olha ansioso
No fundo de um abismo.
Tudo que tenho é o momento

E um futuro incerto.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

NÃO GOSTO DE SAIR DE CASA!

Sempre fico deprimido quando tenho que sair de casa para fazer  qualquer  coisa estúpida como trabalhar, ir ao supermercados ou pagar contas.

O problema é que, onde quer que você vá vai encontrar um bando de imbecis e idiotas vivendo magramente suas rotinas de  merda. Eles estão por todas as partes. Compõe a esmagadora maioria de mortos vivos que habita imprestavelmente a face da terra.

Podem me chamar de elitista. Já aprendi a tomar tal acusação como um elogio. Poucos neste mundo conservam ainda a boa postura ostentada por céticos e individualistas.

O mundo não anda bem. E a maioria das pessoas é responsável por isso na medida em que são incapazes de conceber qualquer coisa diferente da vida de merda que relam em rotinas animalescas.


Os rebanhos são detestáveis. Quem medra encontra-se mais gente por ai com opiniões autênticas e aversão a essa porra toda em que vivemos mergulhados.

NOS PIORES MOMENTOS

Nos piores momentos da minha vida sempre pude contar com a bebida e o cigarro para  suportar  muitas madrugadas escuras.
Entorpecido sobrevivi a muitos vazios, suportei momentos de abismo e horas de tempestade.

Não consigo imaginar outro jeito de estar vivo sem um copo e uma chama nas mãos.


Sei que alguns me condenarão por isso. Mas que importa?! Estamos todos desde já condenados, enterrados no mesmo buraco sujo de existência.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

AGONIA

Preciso de um dia
Para não fazer nada.
Só ficar perdido
Dentro deste quarto
Apagando as horas
E afogando o tédio
Em goles de liberdade
Envolto a fumaça do meu cigarro.
Não espero nada
No  desespero de querer tudo.
Sou definido por uma dor abstrata,
Por uma incerteza definitiva
Que me rasga por dentro

Todos os dias.

domingo, 5 de julho de 2015

A FILOSOFIA DE UM CIGARRO

Diga-me um cigarro.
Não me venha com palavras.
Quero saber a chama que arde
Entre tuas mãos.
Depois a fumaça,
O pensamento e a razão
Do fato
De estarmos aqui
Brincando com fogo
Enquanto o mundo passa,
A vida acaba

Enquanto fumamos juntos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

MADRUGADA E POESIA

Gosto da madrugada, das horas que a gente perde  em intimidade com tudo aquilo que não nos faz no mundo, que não nos diz sociedade, mas apenas a solidão de mergulhar nos abismos da noite, sem o consolo de qualquer salvação.
Gosto de pensar que não haverá um amanhã, café, rotina e obrigações.
Apenas este tédio, este vazio, onde brigo com o espelho, o mundo e o silêncio dos meus desejos inconformados com tanta realidade vazia!

Nada melhor nas horas mortas do dia do que cigarro, álcool e poesia.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

CETICISMO POÉTICO

Já perdi  todos os motivos
Para escrever poesias.
Recuso hoje as acepções,
Ponderações,  certezas
E boas razões
Para parir versos
Contra o mundo absurdo
Que se faz lá fora.
Já não vejo valor em qualquer palavra.
Elas não mudam pessoas
Nem transformam o mundo.
Através delas ,
Apenas me desfaço,
Me acabo,
Como se cada verso
Fosse um gole de álcool.