segunda-feira, 29 de julho de 2019

RECEBENDO VISITAS



Alguns bebem leite,
Outros cerveja
E terceiros uísque.

Sei que isso não significa nada,
Apesar de todas as coisas que o álcool
sempre nos leva a fazer...

Não importa!
São só pessoas que bebem leite,
Outras que bebem cerveja
E, ainda, terceiras que bebem uísque.
Apenas isso!

O que interessa
É que preciso ter  três coisas na geladeira
Quando chegarem  as visitas:
Leite, cerveja e gelo!

O resto é o quase intolerável da convivência
e os pequenos desastres da intimidade.
Não queiram culpar o álcool por isso.




sexta-feira, 26 de julho de 2019

VIVER DE POESIA



Ninguém vive de poesia.
Ninguém sabe a poesia.
Ela não tem valor mercantil
E não serve a nenhum poder.

A poesia é transgressão,
Aprendizado do corpo e das coisas
Na transgressão da palavra.

A poesia é um modo de vida
E uma forma de escutar o silêncio
Contra o vazio no nosso cotidiano.
Vive-se a poesia,
Não de poesia.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

NOITE, DIA E REBELDIA

Não sou livre.
Mas não  serei submisso.

Dentro de mim
As estrelas sempre estão  caindo do céu
E sol explodindo no azul.

Sei eclipses na agonia da manhã
E  vislumbro fogueiras esclarecendo a noite.

Há  de chegar meu tempo de sonhar
Contra o teto do quarto.


quarta-feira, 24 de julho de 2019

O NADA DA NOITE


Gosto de não  fazer nada,
De cortejar o sono,
Para acordar imaginações.
Gosto de frequentar o impossível,
De me desfazer em evasão,
Até  que o quarto se revele
Como lugar nenhum.

A noite me faz íntimo do vazio,
Quase um morto vivo
Enterrado em preguiça.

NULIDADE EXISTENCIAL

Seja na rua ou em casa eu quase não  existo.
Sou pálida presença  na paisagem viva.
Falta em mim o desejo, o infinito.
 A vontade de ser parte de qualquer coisa, de saber quem sou entre os outros.
Nenhum prazer me define. Desprendi a querer.
Pouco me importa  os rumos ou o destino do mundo.
Não  me interessa a cidade, o país  e o planeta inteiro.
Quero ser livre de tudo.
Saber que nada me prende ou define.
Quero não  querer,
Ser como uma árvore no fundo da praça.
Quero que ninguém saiba mais de mim.

terça-feira, 23 de julho de 2019

SEMPRE INSUBMISSO


Quase cheguei ao final do dia
Sem pensar em ser livre.
Por pouco não anoiteci conformado
Como um outro qualquer.
Mas qualquer coisa a toa
Me lembrou que sou gente,
Que não me conformo,
Grito e esperneio sempre
Contra todo este absurdo
Que a nós  se apresenta
como sociedade.

UM CIGARRO




Um cigarro depois do almoço,
Do café e da angustia.

Um dia para continuar,
para desistir,
recomeçar,
Ou, simplesmente, respirar a sujeira urbana,
sofrer a rotina e a agonia de um viver toxico.

O tempo passa manso
e preso ao relógio.

Sempre me falta tempo para qualquer coisa...
Estou em perpétua  divida com a vida.

Acendo outro cigarro,
tento não pensar nisso...


ESTAMOS TODOS CONDENADOS!




Cada um esta condenado ao escuro de sua própria existência.
Todo mundo tem como destino um cotidiano de banalidades.
Não há escolha que mude isso.

Alguns se iludem com a fórmula conformista de qualquer realização pessoal ,vestindo a ilusão de alguma persona. Mas a verdade é que não há virtude na forma de  vida opaca a qual desde o inicio estamos destinados.

Cada um é sua própria caricatura, o rascunho de algum original que ficou no esboço. A sociedade só precisa de copias, não de indivíduos complexos e indomáveis com febre de vida.

domingo, 14 de julho de 2019

A EXPERIÊNCIA DO EU


É quase impossível interpretar a vida em tempos de tanta informação.  Por isso é mais do que nunca necessário saber o mundo na construção  de si mesmo. 

Nada é  mais impessoal e coletivo do que o exercício do eu. Esta pequena consciência de si que define em meu existir a experiência  do fora. Mas aquilo que experimento me da forma, torna-se eu.


Pessoalmente  gosto de existir através  de um copo de cerveja.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

ESTRATÉGIAS VITAIS


Devia fumar menos.
Ou , talvez, não fumar.
Pensar com a pele,
Problematizar com o corpo,
Criar com os afetos.

Ser em sentido pleno,
Contra as armadilhas da razão,
Da moral e do senso comum
Mais banal.

Viver é estar em natureza.

NOVÍSSIMO DIA


quarta-feira, 10 de julho de 2019

MORTE URBANA


A cidade nos envelhece.
Confinados entre a rua e a casa,
Vivemos apartados da paisagem,
Da vastidão dos espaços
Que definem o mundo.

Seguimos apertados
Em carros e elevadores.
Sempre buscamos janelas.
Mas só encontramos portas,
Paredes e escadas.
Quase não há mais céu ou horizonte.

A cidade está nos matando....

ONDE EU MORO



Onde eu moro
Há um outro mundo
Onde apenas habita
Uma sombra de mim.

É onde não existo
E o Ser é absoluto
Na vida sem adjetivos.

Lá eu não estou
Para poder existir.

ENTRE A CASA E A RUA



Entre a casa e a rua
Busco lugares outros,
Destinos improváveis
Onde eu possa inventar
Novas rotinas,
Ver paisagens inéditas,
E me lembrar
Que a qualquer momento
A vida pode ser outra.

Entre a casa e a rua
Sempre me espera
Qualquer devaneio.

terça-feira, 9 de julho de 2019

ESSENCIAL REBELDIA



É imprescindível querer o inatingível,
Degustar o impossível em cada pensamento.
Desejar o improvável é sempre a melhor resposta
A qualquer situação posta.

Não há forma mais eficaz de transcender os limites do presente,
As condicionantes absurdas do simples dia a dia.
O futuro depende desta ousadia inconformista
Que se debate contra todo o estabelecido.

A essência da rebeldia é a utopia.

DESAJUSTADO



Não quero servir a sociedade.
Tudo é disfuncional na guerra de discursos,
Opiniões e idealizações.

A realidade é um caos
E não cabe no platonismo dos modelos,
Na perfeição de qualquer conceito inventado.

A sociedade é apenas uma grande maquina
De moer gente.