domingo, 28 de fevereiro de 2021

CONTRA A AUTORIDADE

A autoridade é o avesso da vida,
da natureza como liberdade de ser.
Ela é um silêncio de mundo,
um abismo na coletividade.
Acontece onde o ideal de poucos
condena muitos a um existir marginal,
onde tradições calam futuros,
e alma, como norma,
dita so corpo suas formas de expressão.
A autoridade é um deserto imposto
a primavera do eu e do outro.
É o céu que domina a terra,
a razão que nos priva de imaginação.



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

MEU MUNDO

Meu mundo é pequeno.
Não cabe nem nos meus dias.
É indiferente a historia,
A humanidade,
E habitado por bichos e plantas
Que moram dentro de mim.
Meu ego é seu lado de fora
na incerteza de sua terra e seu céu.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

HORROR COTIDIANO

 

Um gole de espanto

para acordar o dia.

Apenas um gole

antes de74 me 666yafogar nas horas,

até o do66is6 8doque int5eligível,

do passional e do terrível.

O mundo vai mal.

E a vida alucina

além de nossa simples compreensão.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

FUTUROLOGIA

Despido do mundo atual,
Espero me tornar outro
E ir alem de mim mesmo,
De todos que vejo
No espelho da rua,
Da rede e do consumo.
Não quero saber de noticias.
Espero ansioso pelo futuro
Que falta. 

COMIDA E ONTOLOGIA

Um pedaço de mim
Acordou pão com manteiga.
Outro cerveja.
Mas na verdade manheci barra de chocolate.
E vou dormi limonada,
Acordar bem tarde feito laranjada.

CHÃO E TEMPO

Prefiro viver de chão.
Não me alimento de céu.
Respiro a paisagem que me abriga.
Sou infinito em seu finito,
Corpo dentro de corpos.

O chão nunca é o mesmo.
Pois sua materia é o tempo
Que nos transforma em chão
Contra a ilusão das estrelas
No fundo do firmamento escuro.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

ESTRANHAMENTO

 

O mundo para mim é um estranho.

Nunca fui íntimo dele

e nunca serei.

Do mesmo modo

que tenho sido um desconhecido

para mim mesmo.

Viver é um estado de vertigem.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

SEM DENTES

 

Todos os meus dentes caíram.

Restou-me na boca torta

apenas a língua

e um fogo aceso de poesia.

Não sinto falta dos dentes.

Sorrio sem eles grandes incêndios.