Passei da idade de ter esperanças,
De acreditar no mundo
E sonhar futuros.
Sei os desastres cotidianos
Que nos definem como sociedade.
Todos os fracassos da humanidade.
Aprendi o vazio de nossas rotinas,
O abismo do nosso consumismo,
Amores baratos e violência urbana.
A vida danificada que nos desgasta,
Que nos apaga em um fluxo de informações,
Opiniões e espetacularização midiática,
Nos torna menos que nada.
Tudo se descarta, se recicla
E não significa mais nada.
Não quero ser produtivo,
Um pós doutor em verdades caducas.
Prefiro fugir pro mato,
Me embriagar até o infinito.