quarta-feira, 28 de maio de 2014

SOBRE OS DILEMAS DO LIVRE ARBÍTRIO

Todas as suas escolhas ocorrem ao gosto das circunstâncias e de suas maneiras próprias de saber as coisas.
Cada pessoa é prisioneira de uma impessoal forma de reagir as situações vividas.

Você não é livre da forma através da qual sempre faz suas opções e repete constantemente o mesmo padrão ao longo de toda a sua vida, escolhendo sempre da mesma maneira...
 
Existe uma ambiguidade no princípio do livre arbítrio que remete a elementar constatação de que todas as opções são condicionadas a qualquer forma de objetividade  ou exterioridade que limita o exercício da mais simples subjetividade.

O princípio da liberdade é muito maior do que a frágil premissa de se fazer escolhas.
Pois escolher, quase sempre, só te faz ser o que você pensa que é.

MACONHA E COTIDIANO

Acorda para o dia.
Ele não te promete nada
alèm da rotina.
Mas se impõe a tua vida
em horas despedaçadas
pelo tédio de ser
em tuas pequenas coisas
cotidianas.


Enfrenta este dia.
Não importa o desânimo.
Troca um gole de café
por um baseado
e siga em frente.

Não tente ser sábio
ou consequênte.
Fuma teu cigarro,
acorda os sentidos
e siga em frente.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O FIM DAS META NARRATIVAS E A DECADÊNCIA DO UNIVERSALISMO CULTURAL

Apesar de toda a sociedade ser conservadora, uma vez que a organicidade das relações societárias se baseiam na estabilidade de códicos  culturais estratificados, o fato é que mudanças acontecem, que nossa gramatica compartilhada de mundo esta em permanente devir e adaptação a complexibilidade cada vez maior das formas de subjetivização do mundo e da realidade. Não importa o quanto o cânone moral tradicional permaneça como referência do imaginário social hegêmonico e institucionalizado.

O impacto cada vez maior das transformações tecnicos científicas sobre as configurações da vida cotidiana, dentre outros fatores, contribui de forma cada vez mais contudente para o deslocamento do cânone cultural ocidental, fundado na panaceia das narrativas e valores universais, do centro das representações da vida coletiva, estabelecendo uma pluralidade de referências ontologicas onde a individualidade e a pluralidade se consagram como premissa de uma nova realidade social e cultural.

Mudanças acontecem... E  a reviravolta de todaos os valores é cada vez mais nítida  na o ativismo social dos ateus, feministas,movimento gay, pró discriminalização do aborto e das drogas e todas as pequenas e grandes causas que cada vez mais impõem a sociedade os direitos do indivíduo e a diversidade social como princípio.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

DESCONSTRUÇÃO E SUBJETIVIDADE


Não me reconheço em minhas fotos de infância,
Nem em meus fragmentados dilemas de tempo presente.
Também não me vejo em qualquer perspectiva de futuro,
Em qualquer destino que me defina no passar vazio dos dias.
Sinto-me hoje passageiro de mim mesmo,
Etéreo e atônico no labirinto existencial  em que me perco
Vazio de todas as coisas.
Mas, ao mesmo tempo,  não me importa a afetividade vivida e perdida,
Meus  inúteis sentimentos de mundo e incomunicáveis ruinas de consciência.
Basta-me, acima de tudo, a perpetuada experiência do aqui e agora
De estar quase vivo.

sábado, 24 de maio de 2014

ESTRATÉGIAS CONTRA A PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA

Diante da psicopatologia da vida cotidiana estamos sempre diante de fenômenos extremos no simples trato social, cuja racionalidade perversa pressupõe nossa voluntária recusa a qualquer busca de autenticidade.

Trabalho, eventos socias, contas para pagar, informar-se constantemente... Todos nossos corriqueiros afazeres apenas nos induzem a vala comum do conformismo da simples sobrevivência.
Nossas metas devem ser as metas da sociedade.

Respondemos a esta ditadura da realidade construindo íntimas estratégias de evasão e devaneio recorrendo a maravilha dos paraisos artificiais. Através deles, buscamos o inteiramente outro de nossas personas sociais.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

DESREALIDADE SOCIAL

O  intercâmbio entre a fantasia  e a realidade é o que define a vida no além dos seus lugares comuns de cultura e sociedade. Mas nada nos define no acontecer social, cuja dinâmica resume-se na invenção diária dos fatos, na ilusão de uma objetividade coletiva de instituições e coisas diante das quais cada indivíduo apresenta-se como uma equação sem solução.

terça-feira, 20 de maio de 2014

ILUSÃO URBANA

Passeando pela cidade
ignorando todos os destinos
brinquei de ser rei
do meu próprio mundo.

Sonhei outras vidas
em imaginárias paisagens
de absoluta liberdade.


Nada que a volta existia
tinha mais realidade
do que minha feliz fantasia.


De nada valiam os sinais fechados,
o barulho dos carros
e as pessoas a volta.


A cidade desaparecia
ao sabor dos meus passos.

domingo, 18 de maio de 2014

MUDANÇAS JÁ!

Não importa o que quero ou espero.
Preciso de novidades,
estou farto dos lugres comuns
de todos os dias.


Aceito passar fome
e desvendar estranhas novidades
contra o lugar comum
das faixas de segurança.
Meu caminho é o absurdo
de qualquer futuro absurdo de liberdade.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

CONTRA CULTURA E CONTEMPORÂNEIDADE

Por contra cultura entende-se hoje toda formulação cultural que propõe qualquer tipo de ruptura ideológica do establishment. Tal definição demasiadamente ampla nos permite pensar como contracultura, fora do contexto de fins dos anos 50 e 60 do último século, tal como se convencionou a fazer, todo e qualquer movimento ou proposta cultural que se oponha aos valores convencionais em uma perspectiva libertária.

Assim, contra cultura passa a ser entendida como uma subcultura da liberdade ou potencial “revolução cultural” que aponta para modos de vida e estratégias de sociabilidade  estranhas aquelas estabelecidas pelas instituições da Modernidade.

Ainda não são bem claras as novas formas de “significação das coisas” que definem a contemporaneidade da contracultura, mas um dos seus traços mais definidores é certamente a afirmação da liberdade individual frente ás inercias dos lugares comuns da vida social mediante a construção de uma nova consciência global, multicultural  e digital que faz emergir uma série de “bandeiras particularistas”.  As novas sexualidades, o ateísmo e a causa canábica são bons exemplos dessa tendência.

terça-feira, 13 de maio de 2014

MUDANÇAS

Vivo uma vida quebrada
E provisória
A espera do dia
De reinventar a existência.

Vivo da expectativa
De acordar de repente
Para o mais profundo
Dos meus dias.

Vivo da espera de um futuro novo.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

VERSOS DIONISÍACOS CONTEMPORÂNEOS

Preciso de um pouco de evasão,
de uma garrafa, um baseado
ou simplesmente um abraço de imaginação.

Quero negar o mundo de uma forma ancestral,
reinventar a vida de modo radical.

Preciso saber no olhar
o mais profundo sentir das coisas.

Quero meus nervos a flor da pele
dançando a existência
em meio ao frenético acontecer das coisas.

Deixe-me estar permanentemente embriado,
viver até as últimas consequências
tudo aquilo que quero e preciso.

domingo, 11 de maio de 2014

BRINDE


Não escolhemos nascer
ou viver a vida
que levamos.
Sofremos os fatos e circunstâncias
esperando sempre  qualquer novidade,
um dia seguinte que nos mude os cenários.
Pois nossas vontades
transcendem  em tudo
a mediocridade do possível.
Ergam por isso seus copos
e suas imaginações!
Sigam adiante pela contra mão.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O LADO NEGRO DA CIDADANIA

Tenho cada vez menos tempo
para fazer o que gosto
e mais necessito de tempo
para perder com os outros
e o trabalho.
Minha existência
quase não existe,
e dizem que isso me faz
um estúpido
"cidadão de bem".

domingo, 4 de maio de 2014

NO STRESS

Estava a espera
da distração da realidade
para reencontrar
um sonho antigo.
Mas sei que o mais radical ato
de viver
é apenas continuar respirando
e sentir o coração
batendo no peito
sem buscar explicações
enquanto aguardo a próxima garrafa de cerveja.