segunda-feira, 29 de junho de 2015

CÁRCERE

Afogava minhas angustias
Em uma garrafa de uísque barato,
Enquanto sufocava meus piores pensamentos
Com a fumaça de alguns cigarros
Acesos entre uma dor e outra.

O dia não havia sido fácil
E a noite seria vazia 
Como todas as outras.

Não haveriam sonhos
Para abrandar o frio
Ou a branda esperança
De uma vindoura manhã de sol.

O cansaço acordaria
De novo em meu corpo

Cumprindo a velha rotina de chumbo.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

CONTRA TODA TRADIÇÃO

Gosto das madrugadas
E dos desvarios.
Pois prefiro naufrágios à terra firme.
Que desabem todas as certezas,
Todos os princípios.
Vamos viver de vertigens
E embriaguez.
Longe de mim os covardes defensores
Dos juízos,
Os advogados dos bons costumes!

A liberdade é meu único caminho.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

ATUALMENTE TODOS SÃO UM POUCO DOENTES

Existe uma espécie de patologia da vida cotidiana.... O comportamento humano, de modo geral, assusta. A maioria das pessoas parece estar com defeito e não há nada que podemos fazer sobre isso, Afinal, também não funcionamos muito bem. Cada um frequenta o seu hospício pessoal.

É por isso que uma garrafa é sempre uma boa companhia.  Alguns goles valem mais do que qualquer conversa. Principalmente se você tiver um baseado por perto. Esta é a melhor maneira de fugir do tédio. E que nenhum idiota venha me falar de sexo como alternativa. Sexo sempre te fode.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

DESRAZOÁVEL

Já não há mais nada a ser dito sobre futuro,
Nenhuma razão para acalantar sonhos,
Viver amores ou passear no parque.
O mundo tornou-se árido e degradado,
Anda habitado por pessoas toscas,
Muito mal frequentado.
Não perca seu tempo buscando respostas
Ou conclusões.
Desista. Afogue na bebida.
Não queira. Nada espere.

Não creia.

terça-feira, 16 de junho de 2015

DESILUSÃO

A realidade nunca foi aquilo que te ensinaram
Ou qualquer coisa que você imaginava.
Não se arrependa, portanto, de nada.

Entre teu eu e o mundo
Há um profundo abismo
E tudo tende a ser muito pior
Do que você esperava.

Acenda teu cigarro.
Relaxa.
Logo será domingo novamente.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

VIDA PERDIDA

Não viverei das quimeras de sociedade,
De vaidades e ilusões.
Irei beber minhas dores
Na madrugada,
Enquanto tantos se embriagam de falsa diversão.
Talvez faça cair do céu a lua e as estrelas.
Talvez tudo desapareça.,
Antes que o dia acorde de novo,
Imperfeito.
Não me chamem,
Não me procurem.
Estou tentando me esconder
Do tempo,
Descobrir todas as imensidões que cabem

No interior de  uma garrafa.

EMBRIAGUEZ E NIILISMO

Em que pese o passado,
A angustia do agora
E o vazio do futuro,
Ainda sobrevivo
Entre goles de uísque
E fumaça de cigarro.

Sei que posso morrer antes
Do fim deste dia.
Mas que importa?!
Tudo que espero

É estar bêbado.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

O MUNDO ANDA ABSURDO

O mundo anda povoado por pessoas “estranhas” as quais não vale a pena se quer a concessão de um bom dia. Por isso não me interesso pelas pessoas ou pelos destinos da humanidade. Sei que cada um vive no fundo do teu próprio mundo. Alguns enlouquecidos, outros iludidos e bem intencionados. Apenas entre os desesperados pode-se encontrar algum sinal de lucidez. Mas eles não são melhores que os outros.


Enfim, não vivemos tempos muitos bons.  E não há hoje expectativas muito positivas em relação ao futuro do mundo. Melhor não pensar nisso e abrir uma cerveja.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

SOBRE PROBLEMAS E CONDIÇÃO HUMANA

A felicidade não é uma questão séria. Ninguém é bem sucedido em porra nenhuma. A verdadeira questão é se você consegue viver ou não todos os problemas que queria ter e não apenas  aqueles que lhe são impostos pelas circunstâncias e pela vida em sociedade.

O mundo, a vida e todo mundo é um problema. Ninguém vive sem problemas! Mas alguns são necessários e desejáveis. Outros, apenas nos matam por dentro e envenenam.
Queria ter a liberdade de escolher meus problemas. Essa é minha maior ambição nesse absurdo que é a vida.


Realizar seus desejos é um problema. Mas as consequências te transformam.

terça-feira, 9 de junho de 2015

REBELDIA

Guardo dentro de mim
Alguns medos e muitas vergonhas.
Pouco assumo meus limites,
Meus medos e imensidões
Contra as certezas do mundo
E desaio das imaginações.
Admito!
Sou pouco!
Menos que nada!
Mas  dentro de mim

Invento muitas tempestades e gritos!

EXILIO

Um dia vou deixar para traz minhas meias verdades,
Meus afetos, frustrações, defeitos, erros e arrependimentos.
Vou me esconder tão profundamente de tudo
Que não saberei mais de mim,
Nem do mundo.
Um dia vou embora desta cidade,
Quem sabe até do planeta,
Buscando esta tão decantada

Tal de realidade.

AS RAZÕES DA EMBRIAGUEZ

Tudo que eu fazia era torcer pela chegada do fim do dia para poder sela-lo com bastante bebida. Toda noite era o mesmo desespero, a mesma agonia. Não tinha como ser diferente. A vida tinha se tornado opaca, o mais pavoroso império da mais elementar necessidade mesquinha de simples sobrevivência.

Eu me sentia menor e mais fraco a cada dia. O cotidiano era tão desgastante e solitário que me esvaziava de mim mesmo. Viver era opaco... queria poder ficar deitado sem pensar ou saber de nada. Todo aquele tumulto da realidade me irritava.

Mas como fugir a tudo aquilo sem ser através da doença e da morte?
Não tinha ilusões. Não tinha esperanças...

Só restava apostar na ressaca e no sono.

COTIDIANO E FRACASSO

Eu já havia superado todas as cotidianas ilusões que inspiram a grande maioria das pessoas a levantar pela manhã e afundar na rotina. Não tinha nenhuma expectativa. Apenas a esperança de um mínimo de estabilidade no meu precário dia a dia. O que já era difícil. As coisas não costumavam dar certo. Estava sempre envolvido com alguma dificuldade ou dilema. Não tinha o mínimo talento para gerir a vida. Havia sempre uma conta pendente, uma mulher descontente, alguma tarefa adiada ou algum arrependimento.

Tudo sempre acontecia comigo da pior maneira possível, tudo estava sempre “fora do lugar”. Não levava uma vida muito comum. Tinha plena consciência do quanto meu existir era uma desordem completa e do quanto minha existência era precária.
Não era destas pessoas para as quais a vida dava certo. Também não achava que as coisas eram melhores na vida dos outros. Quase todo mundo que conhecia também levava em alguma medida uma existência disfuncional. Só não tinham muita consciência disso. Achavam que, apesar das dificuldades, tudo funcionava de algum modo a seu favor. Eram ingenuamente otimistas com relação aos fatos. Permaneciam mansos em meio a tempestade.

Para mim, essa era pior coisa que podia acontecer. Permanecer sóbrio e anestesiado em meio á insanidade cotidiana. Já tinha desistido de mim mesmo, me acostumado ao desespero.


quinta-feira, 4 de junho de 2015

DESCAMINHOS DA POESIA

Um dia fugi de casa,
Bebi as ruas,
Inventei poesias,
E acabei na sarjeta
Do teu beijo
Imaginando poesias.

Um dia perdi o rumo
Dos sonhos,
Me fiz espanto
Buscando em ti
O acalanto de ser....


segunda-feira, 1 de junho de 2015

DIGNIDADE MARGINAL

Era dia novamente.
Mesmo que eu não me sentisse vivo,
Mesmo que eu não soubesse
O que fazer
E estivesse ali a deriva
Ha mais tempo do que sabia.

 Era dia novamente,
Mas não amanhecia.
Nada acontecia.
Apenas as pessoas
Seguiam mansas em suas rotinas
Enquanto eu, inadaptável,

Sucumbia a agonia.