PASSADO PERDIDO

Os inesperados caminhos
Do simples viver de agora
Revelam surpresas,
Abalam certezas antigas
Como se a vida fosse
A dúvida fundamental
De esquecer o sonho
Que de tão suave  perdeu-se
Como oportunidade.
Os sonhos, afinal,
Transcendem o tempo...

DESAFIO

Ouso querer viver uma vida nova
sem tantos arrepios de cotidiano
e consagradas verdades
de razões gastas.
Atrevo-me ao grito e a revolta,
aposto no vento
da imaginação.

MACONHA E ESTÉTICA

Viverei intensamente

minhas imaginações canábicas,

este topor dos sentidos

que me inspira a erva,

até que o mundo

se reinvente na minha experiência.

Fumando vislumbro futuros

de novas liberdades e mentalidades

contra as mentiras de sociedade.

Fumando reescrevo o momento,

o vento e a vontade

no sonho da própria vida.

APOLOGIA AO ÓCIO

Minhas horas mulambadas
Exigem mais do que
O breve passar dos dias,
Reivindicam o infinito
Das distrações autênticas,
A autonomia dos absurdos
Na perpetuação do ócio
Que inaugura o nada
E a anarquia de bem viver.

TEMPO E MACONHA

Tenho em minhas mãos
o lúdico de um baseado
contra o meu ilustrado sentimento
das coisas.
Tenho os sentidos embaralhados
em releituras de cotidianos
e uma vontade imensa
de intensamente
reinventar o tempo
que vejo passando
em cada pessoa.

UM MINUTO DE ÓCIO

Sobrou um minuto
para não pensar em nada,
para esquecer de tudo,
apagar o trabalho,
o sentir das coisas
e a vontade armada.
Sobrou apenas um minuto
para respirar o alivio
do ócio e do vazio.

CONFISSÃO

Eu me contento
com qualquer delírio
A beira de um precipício
onde a vida e a morte
se nivelam.
Não quero estar certo
ou errado.
Apenas busco
ser livre.
O resto deixo ao dizer perverso
de suas imaginações doentes.

CONTRA O TÉDIO DE VIVER

Às vezes
Sucumbo ao tédio,
A má vontade de viver.
Queria poder fugir
Ao enfadonho e ao regular
Dos dias,
Experimentar desregramentos,
Buscas,
Cometer todo tipo de ousadias
Apenas para testar a vida,
Desafiar tudo aquilo que sou
E que poderia ser.

UMA PÉROLA DE REFLEXÃO ESNOBE

Tenho medo de descobrir o que faz da maioria das pessoas tão normais e contentes com sua pouca realidade de todos os dias. Odiaria me surpreender uma delas.

 Logo, assumo sem problemas minha ignorância diante da obtusidade da maioria.

Apenas sigo em frente sem olhar para traz com um cigarro estranho entre os dentes...