esquecer o dia que nos convida a vida,
e se desfazer em preguiça e melancolia
em qualquer canto invisível da casa.
É preciso estar sempre
indiferente a todo desejo,
vontade e potência.
Desprezar autoridades,
trabalho, crenças
e, principalmente, identidades.
Renunciar ao mundo
é desafiar a ordem vigente,
profundamente.
Pois só há revolução agora possível
entre os desistentes,
os fracassados e perdidos.
É entre eles,
os que em nada acreditam,
que ainda arde
a chama da delinquência
e o fogo da liberdade.