Ando cansado de dormir,
de acordar, respirar,
pensar, lembrar,
amar, querer,
sofrer, sonhar,
ou, simplesmente existir
na banalidade do humano.
Ando cansado das minhas palavras,
do meu rosto,
dos outros,
e de tudo aquilo
que me conforma ao cotidiano.
Ando materialmente cansado de ser.
Metafisicamente exausto
de não ser,
de estar ausente do passado,
a meio caminho do futuro,
e certo da minha morte.
Há tanta coisa acontecendo neste instante.
Há lá fora um mundo que nem imagino.
Mas tudo que sei é que existo
no aqui e agora
deste quarto,
desta cidade,
onde quase não sei da realidade.