quarta-feira, 6 de abril de 2022

EXÍLIO

Ando cansado de dormir,
de acordar, respirar,
pensar, lembrar,
amar, querer,
sofrer, sonhar,
ou, simplesmente  existir
na banalidade do humano.

Ando cansado das minhas palavras,
do meu rosto,
dos outros,
e de tudo aquilo
que me conforma ao cotidiano.

Ando materialmente cansado de ser.
Metafisicamente exausto
de não ser,
de estar ausente do passado,
a meio caminho do futuro,
e certo da minha morte.

Há tanta coisa acontecendo neste instante.
Há lá fora um mundo que nem imagino.
Mas tudo que sei é que existo
no aqui e agora
deste quarto,
desta cidade,
onde quase não sei da realidade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário