O Tempo diariamente me desafia a não nos conformar com as exigências da
vida cotidiana, com as obrigações sem alma e vazios de rotineiras e fúteis estratégias
de mera e elementar sobrevivência.
O mesmo Tempo, entretanto, também nos mata, nos rouba todas as certezas
e desconstrói constantemente aquilo que realizamos, escamoteando qualquer
possibilidade de mergulhar no superficial dos atos e fatos em busca de qualquer
coisa que nos refaça, que nos permita acontecer no mundo de uma forma
inteiramente outra de nós mesmos.
O Tempo nos rouba qualquer segurança...
Atônicos nos refugiamos no momento de agora, que é sempre um outro em
seu constante acontecer ilegível que desesperadamente procuramos domesticar.
Mas a verdade é que cada vez menos somos senhores de nossas vidas.
As imaginações se impõem as nossas vontades.