quinta-feira, 27 de agosto de 2015

NOTA SOBRE A COMÉDIA HUMANA

As pessoas se preocupam mais com dinheiro do que com suas próprias vidas.
Por isso, ironicamente quase não vivem ou, erroneamente, confundem viver com conquistar coisas, sentimentos, prestígio ou, resumindo, serem aceitas por um mundo que não aceitam.

O grande problema da humanidade é que as pessoas se levam demasiadamente a sério. Por isso são tão toscas,  confusas e protagonizam tantos absurdos. 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

PORQUE NÃO ME PREOCUPO COM UM MUNDO MELHOR

Depois de algumas cervejas me assombrava sempre de novo uma antiga convicção: Vivemos em um tempo em que absolutamente tudo pode ser questionado e em que nada mais é sagrado ou encontra-se a salvo da duvida.

Não é porque o mundo funciona de determinada maneira que garante “ o  certo e o correto” como um fato obvio e corriqueiro. Não é porque vivemos em um determinado tipo de ordenamento social e político que não  cogitaremos alternativas.

As coisas não  funcionam muito bem. Nunca funcionaram a contento. Então precisamos rever alguns princípios, algumas premissas que são consideradas intocáveis ousando, até mesmo, flertar com o absurdo.

Isso serve para questionar a religião, o Estado, a moral e até mesmo seus opositores sempre apreçados em propor alguma utopia e uma nova ordem onde alcançaremos a felicidade.
Penso que é preciso simplesmente admitir o caos e que, não importa o que mude ou continue ele ainda vai continuar fazendo parte do jogo.

Não sei por que diabos as pessoas perdem tanto tempo se masturbando com a ideia de um mundo melhor. Sempre viveremos insatisfeitos. Não importa o que mude. Somos humanos e esse é o verdadeiro problema. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

NA CONTRA MÃO

A interiorização subjetiva na normatividade vigente é o objetivo de qualquer organização social. Afinal, ela só é possível na medida em que seus membros estejam de acordo de que ela é o melhor caminho para coabitarmos o mundo.

Por isso pessoas que, em maior ou menor medida, se sentem fora do jogo, tendem a se tornar um problema antes de tudo para si mesmas. Não é fácil, colocar-se a margem da sociedade. Mesmo quando isso se mostra necessário como uma forma de preservar aquilo que temos de melhor como indivíduos: a capacidade de questionar. Mas o preço a se pagar é o sacrifício de realizar nossos melhores sonhos, de reconhecer que eles não são possíveis quando nos embriagamos de lucidez.


 Quem escolhe estar na contramão deve antes de tudo abrir mão do amor próprio e estar pronto para suportar o pior.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

FILOSOFIA DA SOLIDÃO

Todos os meus futuros pertencem a algum tipo de solidão,
De nostalgias de passados que nunca  foram
Nas memórias das minhas frustrações.
Conheci todos os abandonos, silêncios e solidões
Apenas para ter certeza de mim mesmo.
Não importa o quanto me sinto limitado e fútil,
Pouco apto ao convívio social.
Uma caneca de bom vinho
Tem mais valor do que qualquer companhia
Quando estamos dispostos a escutar
Tudo aquilo que o silêncio pode dizer.
Há embriagues sempre me pareceu

Um exercício de filosofia.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ROMEU E JULIETA

Vamos esquecer quem fomos,
o que somos
e os futuros que nos assombram.

Vamos tirar a roupa e correr a céu aberto
desprezando todas as leis, convenções e tabus.
Pagaremos o preço, mas seremos livres.
abandonaremos todas as ordens e razões.

Beberemos no mesmo copo
e dividiremos um cigarro
como se fossemos um só.

Esqueça todos os horários,
dias e calendários.
o tempo é um nada absoluto
que nos devora a cada segundo.
desespere-se!

Faça acontecer uma vida inteira
no raso deste instante.
Esteja ao meu lado!



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

NEGAÇÃO

Tenho passado toda a minha vida,
Até agora,
Tentando me desencontrar
De mim mesmo,
Abrir as portas do absurdo
E colher o insano e a embriaguez
Para aprender a saber o mundo
De ponta cabeça.
Tenho tentado,
Eu juro,
Negar os outros
Tanto quanto

Me nego....

domingo, 16 de agosto de 2015

EU E MEU CIGARRO

Estava só.
Tudo era eu
E o meu cigarro
Perdidos no vácuo
Da multidão.
Não tínhamos esperanças,
Certezas,
Nem coisas para viver.
Tudo era eu
E meu cigarro.
No vácuo da multidão.
Sabia que aquilo
Era toda liberdade
Que eu poderia ter.
Era pouco,
Não dizia nada,
Mas era tudo que eu
Poderia ter,

Ser, descrer....

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

VITRINES

Na contramão dos rostos na rua
acendo um cigarro
e sigo contra o vento.
Não me perguntem para onde vou,
ou as razões do meu silêncio.
Pessoas não existem.
Apenas rostos que nada me dizem.

Vitrines me prendem o olhar perdido,
me acordam desejos e imaginações.
São tão atraentes que me levam
a abandonar prematuramente
o passeio deste poema.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

REALISMO

Não vivo da ilusão dos sonhos,
Nem dos vazios de utopias.
Apenas me assombra a realidade
Inventada por tanta hipocrisia.
Não leio jornais,
Não me faço da ilusão e do banal
Da realidade escrita
Em boas linhas de ordem
Que domestificam o vendaval.
Sou livre,
Cotidianamente incoerente,
Tropeçando no existente.
Ilusões não cabem,
Na palma da minha mão.


terça-feira, 11 de agosto de 2015

GUETO MENTAL

Não tenho boas palavras

Para dizer,

Qualquer promessa a fazer

Ou opinião para deixar a você.

Exibo aqui apenas meu tédio,

Minha perplexidade,

E minhas razões quebradas

Para persistir no erro

De ainda tentar dizer

Tudo aquilo

Que transborda a palavra.

Não procure minha companhia.

Tenho aqui meu cigarro,

Meus sonhos  e meus vazios

Para fingir diálogos

Enquanto o tempo passa

Deixando um frio na espinha.

No mais, serei em meus vícios.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

ENTRE A ROTINA E O VERBO


Não vivo do que digo ou escrevo.

Existo  fazendo o que não creio.

Me repito a cada dia

Na arte de não ter um rosto,

De me vestir de todos

E seguir sem direção

Escutando sempre o relógio.

Qualquer tentativa de fugir disso

Me conduz de novo

Ao ponto de partida.


sábado, 8 de agosto de 2015

UMA DOSE DE CONHAQUE

Nas noites de fim de semana as pessoas se perdem nas ruas em busca de qualquer tipo de diversão para não pensar em suas vidas e rotinas miseráveis. A grande verdade é que a sociedade é um grande zoológico cuja  boa administração pressupõe deixar as feras respirarem um pouco fora da jaula.Não faz diferença se a diversão envolve drogas, sexo ou religião. O importante é que as coisas aconteçam.

Prefiro ficar absorto entre as quatro paredes de um hotel barato do que participar de toda a porcaria coletiva que acontece lá fora. Mas o barulho da rua me invade a janela e não me deixa esquecer o hospício da vida noturna. Só por isso toco no assunto.


Acendo um cigarro e fico deitado na cama sem fazer absolutamente nada além de sentir o tempo passar. Sei que a vida se esvai a cada segundo sem que eu me dê conta disso. Não sei quanto futuro ainda me resta pela frente. Mas não az diferença. Aqui dentro é como se eu já não existisse. Um conhaque cairia muito bem agora...

LIMBO

Não era dia,
Não era noite.
Tudo simplesmente acontecia
No interdito das coisas.
Não pensava em nada
Entre um cigarro e outro.

Apenas imaginava e queria
Qualquer outro dia,
Qualquer outra vida
Que fosse mais viva
Que a minha.
Mas o tempo parecia ausente
E eu sem motivos

Para para me buscar nos sonhos.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

DESILUDIDOS

Entre o desejo e o sonho
A consciência inventa a realidade,
Descreve mundos,
Ilusões e futuros
De verdades que de tão belas
Jamais serão vividas.
O mundo, afinal, não é perfeito.
Jamais será perfeito.
Tudo que temos é um maço de cigarros,
Alguns trocadas

E um pouco de bebida.