Tudo que eu fazia era torcer pela
chegada do fim do dia para poder sela-lo com bastante bebida. Toda noite era o
mesmo desespero, a mesma agonia. Não tinha como ser diferente. A vida tinha se
tornado opaca, o mais pavoroso império da mais elementar necessidade mesquinha
de simples sobrevivência.
Eu me sentia menor e mais fraco a
cada dia. O cotidiano era tão desgastante e solitário que me esvaziava de mim
mesmo. Viver era opaco... queria poder ficar deitado sem pensar ou saber de
nada. Todo aquele tumulto da realidade me irritava.
Mas como fugir a tudo aquilo sem
ser através da doença e da morte?
Não tinha ilusões. Não tinha
esperanças...
Só restava apostar na ressaca e
no sono.
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