terça-feira, 20 de março de 2018

SÍNDROME DE PÂNICO E SOCIEDADE


Os dias não são perfeitos. Mas procuro preencher seus vazios e impasses com pequenas idiotices. As frivolidades são a essência do dia a dia. Sem elas é sempre mais difícil seguir em frente. Pode-se mesmo dizer que a reprodução de rotinas ou do enfadonho do cotidiano pressupõe uma boa dose de idiotice, de pequenas irracionalidades.

O pânico pode ser considerado uma captura pelos caprichos da imaginação, um rapto da consciência pela irracionalidade do medo. Mas a relação entre consciência e medo estabelecida em uma síndrome de pânico leva ao paradoxo do medo do próprio medo.

Observa-se, ainda, tratar-se de uma modalidade de medo que poderíamos classificar como uma fobia social, pois é expressão de uma desfunionalidade na relação entre indivíduo e sociedade. Nem mesmo os psicólogos profissionais possuem todas as respostas para esta vivencia psicológica que põem em xeque a própria cultura urbana ocidental. Afinal, somos cotidianamente expostos a uma realidade social marcada pela experiência do conflito, de uma tensão desfocada que nos arrebata em todos os planos da experiência vivida.  O pânico é aquilo que coletivamente estamos nos tornando como sociedade.   

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