sábado, 14 de agosto de 2021

O RIDÍCULO DE SI MESMO

Eu, que não sou ninguém,
me tenho em grande auto estima.

Não temo a morte,
mas considero absurdo
meu desaparecimento do mundo.
Sou, como todos os outros,
que por aí  
andam e respiram,
um grande amante de si mesmo.

Antes de tudo,
me orgulhoso dos meus erros,
dos meus defeitos,
dos meus juizos e prejuizos.

Como é demasiadamente humano
ignorar o ridículo
da consagração da subjetividade,
de identidades que lançam a todos,
uns contra os outros,
à grande fogueira das vaidades!

Me tenho em grande auto estima.
Mas sei que sou nada
entre nadas
sonhando tudo
embriagado por convicções e verdades
no acontecer sem rumo da humanidade.

Ninguém é justo!





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