persiste no mapa.
Mas não insiste,
parece que quase não existe,
nas ruas, prédios e máquinas
que inventam a paisagem dura
que cotidianamente reinventa
a prisão sem muros
de nossas tristes rotinas.
Mas o que define,
afinal, a cidade
são as ausências que nos atravessam,
como a intempestiva memória,
ou quase presença,
de pessoas e coisas
que, para sempre,
se perderam de todas as épocas.
A cidade não existe.
Ela é a vertigem de muitos passados
geograficamente organizados
contra toda ideia de indústria, trabalho, ordem e progresso.
A cidade é um desastre contra o futuro.
Um artesanato mudo,
uma arqueologia contra a memória.
A cidade, afinal, persiste
em nome do esquecimento, da preguiça e dos prazeres
que embriagam os corpos.
A cidade é um além do mundo
feito de multidão, chão e absurdos.
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