sexta-feira, 4 de junho de 2021

VERSOS SUJOS

Gosto de versos fedidos,
sujos de terra,
brutos,
como a vida que a gente leva.

Detesto poemas de confeitaria
que enfeitam o mundo,
que cagam lirismos e humanismos,
ou o elitismo do concretismo,
esperando um trono nas livrarias.

Gosto de versos em pânico, 
atônicos e delirantes,
que berram alguma insurgência.

Gosto de versos gagos,
incertos e rasos,
que arranham a pele
do pensamento,
que provocam sensações delinquentes,
que secam uma garrafa de vinho.








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