segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A OBSCURA DIALÉTICA DO EU E DOS OUTROS

Existir é uma tremenda confusão entre como nos vemos, como somos vistos pelos outros e aquilo sobre nós mesmos que não percebemos  e muitos menos os outros percebem.  O jogo das representações e auto representações de um indivíduo não tem por resultado o denominador comum de uma determinada identidade.

A coisa é realmente um pouco confusa:
Somos turvos e opacos em alguma medida. O eu é como um ponto indeterminado entre  aquilo que penso  dos outros e que os outros pensam de mim. Logo, a consciência dos outros é necessariamente a consciência de um eu que se manifesta e atua na medida em que eles existem. Ou seja: Eu sou eu na medida em que lido com os outros. Mas não me esgoto nisso, sou mais do que este eu que lida com os outros. Mesmo que qualquer definição de “interioridade” ou subjetividade seja equivoca em alguma medida.


O que posso dizer é que  a consciência que os outros tem de mim diverge constantemente da consciência que tenho deles. Estou, entretanto, demasiadamente ocupado em lidar comigo mesmo, com todas as realidades que percebo em mim.

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