Existir é uma tremenda confusão
entre como nos vemos, como somos vistos pelos outros e aquilo sobre nós mesmos
que não percebemos e muitos menos os
outros percebem. O jogo das
representações e auto representações de um indivíduo não tem por resultado o
denominador comum de uma determinada identidade.
A coisa é realmente um pouco
confusa:
Somos turvos e opacos em alguma
medida. O eu é como um ponto indeterminado entre aquilo que penso dos outros e que os outros pensam de mim.
Logo, a consciência dos outros é necessariamente a consciência de um eu que se
manifesta e atua na medida em que eles existem. Ou seja: Eu sou eu na medida em
que lido com os outros. Mas não me esgoto nisso, sou mais do que este eu que
lida com os outros. Mesmo que qualquer definição de “interioridade” ou
subjetividade seja equivoca em alguma medida.
O que posso dizer é que a consciência que os outros tem de mim diverge
constantemente da consciência que tenho deles. Estou, entretanto,
demasiadamente ocupado em lidar comigo mesmo, com todas as realidades que
percebo em mim.
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