Depois dos quarenta anos passamos
a viver de modo mais pragmático. Aquela energia e disposição para bancar
impulsos e arroubos de subjetividade, para se perder nas situações mais
esdruxulas e viver todas as insanidades de uma noite de porre, já não nos
inspira mais. O tempo pesa no corpo e descobrimos a filosofia do menor esforço.
Não é que ficamos mais ajuizados;
simplesmente já não somos capazes de dar conta de todas as nossas vontades e
impulsividades.
O desejo e o prazer não valem
muito depois de realizados. Mas só nos damos conta disso depois da orgia,
quando nos decepcionamos com a frivolidade dos imediatismos mais banais da vida
contemporânea e envelhecemos o suficiente para saber o valor do que realmente
importa. Uma boa noite de sono e um dia seguinte sem grandes surpresas, pode
ser tudo aquilo de que precisamos às vezes.
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