quarta-feira, 30 de março de 2022

SISIFO NA CIDADE

É preciso um gole de café
e silêncio 
para bem começar  novamente 
um dia que nunca termina.

É sempre a mesma porta,
o mesmo deserto,
a mesma pedra que cai,
a mesma espera de um sono
contra a rotina.

A ordem devora as horas.
Nada se cria.
Tudo é mimetismo,
necessidade,
fratura exposta
entre eu e o mundo
no deleite da agonia.

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