O flanar pela cidade como um indigente é o passatempo preferido dos que
sonham a realidade, dos que sabem a vida como um encantamento, um chamado, como
uma aventura do pensamento e de múltiplas sensibilidades que induzem a um
estranhamento de tudo que existe.
Nada é familiar ou banal quando somos inspirados pelo imaginação. Tudo
guarda segredos e delírios. Cada canto da cidade esconde vertigens, nervosismos
e urgências. Basta prestar atenção no desatento oficio de somar passos aleatórios.
Como é agradável não ter destinos ou propósitos, admirar cada detalhe da
paisagem urbana. São tantas coisas acontecendo, tantos outros, que até duvido
de mim mesmo. Apenas os lugares existem como pontos de passagem. A cidade é
movimento, inquietude e agonia.
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