domingo, 24 de novembro de 2019

O VIRTUAL DO SER


Em uma vida qualquer,
Como a sua ou a minha,
Abre -se a ferida de um fato
Que não  é  público
Ou privado
E se repete em outras vidas,
Em outros tempos e lugares,
Como uma marca anônima,
Um vestígio inumano,
Que não encontra palavra,
Pois é afeto,
Efeito que transforma,
Misturando o eu e o mundo
No corpo que sabe
O que não  tem nome,
E fala o intempestivo 
De um quase ilegível ato perdido.

Este fato não  acontece
Mas se repete sempre
Como ferida
Dentro de muitas vidas,
Através de muitos agoras .

Ele é como uma doença 
Que se faz sintoma de um modo de ser comum
Que ignorado em cada um
Não  alcança a potência de todos
E persiste sutil
Como uma quase memória 
Do que um dia está por vir
Em uma vida que não  será nossa.










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