Os
livros desarrumados e amontoados na velha estante não acrescentam nada ao
cotidiano, ao existir concreto e imediato. Muito pelo contrario, sua leitura
torna tudo mais complicado, me faz menos adaptado ao trato social, menos
enquadrado ao circuito de signos e símbolos que estruturam a banalidade inútil da
produção social da vida.
Os
livros estão repletos de narrativas que pretendem qualquer verdade mais viva do
que a realidade. Criam uma consciência que transcende as coisas, que
transbordam sentido, ressignificando experiências sabotando os usos ordinários da linguagem. Mas nenhum deles contem
soluções ou repostas a este inconveniente e involuntário estado de existente
que somos nós na experiência do mundo vivido.
Os
livros apenas nos afastam do óbvio e indiferente encadeamento livre de instantes que sustenta a vida.
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