sábado, 10 de outubro de 2015

MANHÃ DE SÁBADO

Havia muito sol naquela manhã. Foi impossível ficar deitado até mais tarde com toda aquela luz entrando no quarto e me perturbando as ideias. Então levantei, ascendi um cigarro, depois outro, e fiquei ali sentado na beira da cama sem fazer nada. Apenas sentia que era dia e isso não significava nada para mim.

Não perderia meu tempo arrumando a casa ou com visitas ao supermercado.  Também não atenderia a telefonemas se alguém, por um milagre, cometesse o destempero de ligar pra mim. Estava bem ali, esquecido do mundo e cultivando minha preguiça. Pouco me importava se o mundo ainda existia lá fora.
Mas depois dos quarenta fica mais difícil manter a rotina de um adolescente. Principalmente porque a vida já não te acompanha mais. Continuar no ritmo equivale a desistir de tudo. Mas o que mais eu poderia esperar?


Um belo fim era tudo o que me aguardava. Eu tentava antecipa-lo constantemente em meus pensamentos. Mas não conseguia predize-lo ainda.

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